Auto de fundação de Guarapuava

Como se vê no Auto de fundação, 

Guarapuava foi uma das primeiras cidades planejadas do Brasil.

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Formal de criação da povoação e freguesia de Nossa Senhora do Belém.

(extraído do livro Guarapuava-1928)

"Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1819, aos 9 dias do mês de dezembro, nesta conquista de Guarapuava, sendo convidados o tenente comandante interino da Expedição Antonio da Rocha Loures, o reverendo vigário Collado Francisco das Chagas Lima, e mais o povo que se achava neste Presídio de Atalaia, para um lugar de campo aprazível situado para a parte sul da mesma Atalaia, légua e meia de distância e do rio Jordão 1/4 de légua; onde procedendo-se ao exame do terreno e achando este com todas as circunstâncias e proporções necessárias tanto em belas águas de que está cercado, como em madeiras de construir edifícios, do que tem abundância pelo circuito, como em pedras de alvenaria e cantaria, que são frequentes no lugar; como em pastagens para animais que não faltam. Aí se puseram os primeiros fundamentos e se fizeram as primeiras demarcações da povoação, freguesia e igreja matriz de N. S. do Belém, para cuja ereção, tinha o mesmo reverendo vigário obtido alvará de sua Majestade.

Em mesma ocasião, tendo-se em vista as mais ordens Régias a este respeito, se formaram certas regras ou capítulos do que pareceu mais convenientes ao bem, conservação e aumento da mesma povoação ao presente, visto que as autoridades que tem por ofício regular a polícia, se acham tão longe como a Vila de Castro, que daqui dista quarenta léguas mais ou menos.

I - Como esta é a primeira povoação fundamental, que se vai erigir nestas conquistas, é tão impreterível como necessário que na sua fundação se observem estritamente as formalidades por sua Majestade prescritas na Carta Régia de abril de 1809.

Portanto as casas que nela se levantarem, serão separadas umas das outras, cobertas de telhas e a povoação cercada de trincheiras ou fossos, tudo pelas razões na Carta Régia ponderadas.

II - Ao que se acrescenta que nenhuma das ruas da povoação tenha menos de cem palmos de largura, que as paredes das casas sejam feitas de pedras ou taipas de pilão, ou ao menos formadas sobre esteios de madeira de cerne e nem uma tenha de altura na frente menos de 15 palmos, todas alinhadas segundo a planta que levantou e ofereceu o reverendo vigário Francisco das Chagas Lima."

Réplica da fachada do Fortim Atalaia, onde tudo começou.